Não é mais um diário
quinta-feira, 14 de julho de 2016
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
sábado, 14 de junho de 2014
Se me deixo, te faço tédio
As noites românticas se reservam aos recém-apaixonados. Aos amantes de longa data, sobra noite em meio a cumplicidade de seus romances vis. Somam-se os fluídos corporais. Suor e desejo, entre lençóis amassados. Não falta romantismo, sobra (cri-)atividade. O corpo, os movimentos, a língua, braços e pernas, peles e pelos. Ar pulsado. Saliva nos lábios.
Silêncio... gemidos sem pudor no escuro. Frestas de janela ignoradas e de pouca luz. Sussurros trocados. Roupas e culpas espalhadas pelo chão. A pele que toca, que envolve e que prova. Tesão quase tangível. Nenhuma gota sequer de prazer vai ao chão. Podemos sucumbir. Se entregue. A mim... a ti.
Mergulhe fundo. Mova-se por uma noite sem fim. Deturpe a realidade. Desenhe o paraíso.
O resto, deixa comigo.
Tenho no tédio um inimigo vencido.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Acerte as contas com o passado
Após alguns anos eu tive a minha chance. A chance de acertar as contas com o passado.
E posso dizer uma coisa? Foi ótimo =]
E posso dizer uma coisa? Foi ótimo =]
Não há experiência igual, uma sensação de leveza no espírito, uma página virada, uma missão que chega ao fim. Digo missão, porque ainda que as mágoas pertençam ao passado, sempre nos colocamos a obrigação de resolvê-las, mesmo que esse desafio seja feito apenas mentalmente, registrado em nossas memórias. Sempre há a necessidade de chegar ao fim, de aparar as arestas, de vomitar os rancores, de falar as tais "verdades na cara" que não foram faladas.
Quatro anos depois, eu tive a minha chance. Quatro anos reclamando, lamentando, julgando, tentando compreender tudo sozinho, até que um dia eu percebi que isso já não cabia só a mim. Essa conversa -- uma dívida de tanto tempo -- precisava acontecer. Uma das minhas "regras" por exemplo, é que eu não iria atrás de ninguém. O certo seria me procurarem já que eu era a pessoa que teve que lidar com o fim sem uma explicação qualquer, sem saber quais os motivos, sem entender. Sofrer sozinho e sem respostas pras perguntas que a cabeça e o coração fazem é uma bosta. Me pediram desculpas anos mais tarde, no auge das dores. Obviamente não respondi. Qualquer contato poderia levar tudo a perder e me retornar àquele estágio de lágrimas que eu não podia reviver. Não correria esse risco novamente, não como já havia corrido 3 ou 4 vezes nesse longo período. Dessa vez a armadilha não teria efeito. Os escudos estavam a postos, prontos para me proteger do que eu nem sabia bem o que era.
Mas os anos passaram, o amor aconteceu novamente, algo novo. As mágoas adormeceram, até o dia que entendi que elas não precisavam ficar mais ali. Resolvi parar de esperar pelo tempo, cabia a mim resolver minha própria vida. E como dizer "Eu te amo" para outra pessoa, sabendo que ela te faz tão feliz, se existe aquele poço de lembranças ruins que te atormentam tanto? Não faz sentido. Ao menos pra mim, não fez.
Mudei as regras, perdoei, enviei a resposta da desculpa que a meses aguardava um retorno. Aliviei o coração, tirei esse peso das minhas costas. Fui além, fui atrás -- coisa que durante anos disse que não faria --, tive aquele encontro tão importante. Sentei de frente, falei tudo que esses anos segredaram. Ouvi também. Me desculpei quando necessário. Lavei a alma. Pensei que não aguentaria, que iria chorar no primeiro olhar. Tive frio na barriga, até tremi nos primeiros minutos. Fiquei gelado. Nervoso. Mas logo passou. A conversa durou algumas horas -- e eu achando que precisaria ao menos de um dia inteiro. Não, o tempo foi mais que suficiente. Chegou ao fim. Aquelas poucas horas bastaram.
Finalmente teve um fim pra mim ^.^
segunda-feira, 3 de março de 2014
Amor de um só
Não tem coisa que me dê mais preguiça do que aquele amigo/a que começa um novo relacionamento e acha que precisa "se dedicar mais" a essa nova pessoa que entrou na sua vida, pra fazer com que as coisas deem certo. Juro, preguiça eterna disso.
Queria entender o que as pessoas veem de errado em compartilhar a companhia de seus novos amores com os amigos. Veja bem, nada contra os "programas de casais", não é isso. Estou me opondo aquela mania ridícula que algumas pessoas têm de evitar sair com os amigos porque precisam "passar mais tempo" com seus respectivos amores. Tipo, cadê a lógica disso? O que impede você de se divertir com seus amigos acompanhado da pessoa que você gosta? Por acaso a companhia de um excluí a dos outros? (e vice-versa).
Além do quê, na primeira crise do casal, pra quem que se corre mesmo? Ah é, para os braços daqueles amigos que antes em nada podiam participar. Então, por favor, não sejamos hipócritas na hora de falar sobre o assunto.
Claro que um programinha a dois, de vez em quando, é muito bem-vindo (e saudável também), mas deixar de sair de com os amigos ou não convidá-los para um programa -- que certamente gostariam de participar -- simplesmente porque precisa ser "a dois" é absurdo. Também acho um porre quando os "novos casais" acham que só podem fazer "programas de casais" e excluem os amigos solteiros, convidando apenas os que já possuem uma companhia. Poxa, vão "castigar" as pessoas porque não estão no grupinho dos compromissados? É isso mesmo?
Então fica a dica: você pode passar uma noite agradável na companhia dos seus amigos e do seu novo amor. Até porque, na hora de ir pra cama, você não leva seus amigos junto. Logo, seu momento a dois estará sempre reservado, pronto pra vocês curtirem a vontade.
E não esqueça que o amigo excluído de hoje pode ser o próximo a esquecer você quando essa onda de amor muito louco passar.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Melhor
Nós, seres humanos, sempre definimos uma série de metas, alvos, desejos, entre outras coisas, com o objetivo claro de conquistar tudo que for elencado. Se conseguimos, há uma comemoração sem fim, uma alegria compartilhada para todos e com todos. Quando ao contrário, a frustração vem destroçando o corpo todo, como se fossemos incapazes de conseguir qualquer coisa no mundo. É aí que pecamos. No excesso de dramaticidade, nos exageros dessas lamúrias taxativas que nos derrubam.
Contentar-se com algo além (ou a quem) do que foi planejado é uma árdua tarefa. Não gostamos de nos mostrar "gratos" por algo que não estava diretamente ligado à nossa proposta inicial. Por hábito, reclamos sem cessar, tentando diminuir o constrangimento em admitir que o plano original era falho, continha rupturas, lacunas de informações que, por vezes, ignoramos e até fingimos não ter conhecimento sobre.
Mas e o depois? Como saber se o "depois" desse plano -- que não deu "certo" -- será ou não melhor do que a ideia preliminar? Só uma forma de descobrir isso: nos permitindo mais. Deixando de lado as amarras que nos fazem tão apegados aos nossos próprios desejos e encarando de frente (e com coragem) as novidades que estão por vir. Essa é a única forma de fazer 'dar certo'. Resguardar-se seria o mesmo que impedir um desfecho positivista, seria a imposição precoce de que tudo está diretamente fadado ao fracasso... e quem muito "busca" o fracasso, cedo ou tarde poderá vir a encontrá-lo.
Portanto, diante da mudança de planos, nada mais nos resta do que tentar, simplesmente tentar. Averiguar, descobrir, permitir a nós e ao mundo essa nova possibilidade que está sendo construída -- às vezes, às cegas. A melhor escolha é mergulhar no novo, é permitir que ambos se descubram: nós e as múltiplas possibilidades. É esse o papel que nos cabe, o de protagonista da história e condutor das ações que virão a seguir. Se o final será o melhor de todos? A resposta nunca chegará se ninguém permitir.
Hoje... eu me permito mais =]
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Romper
Primeiros dias de um novo ano. O relógio denuncia a madrugada. A cabeça acumula histórias de pouco mais de 25 anos -- ou como diriam os mais dramáticos e enfáticos: "1/4 de século já vivido". Não há como detalhar os fatos. Já não nos esforçamos mais.
Muitas vezes, narra-se a vida com base nas histórias de amor. Lembranças felizes ao lado dos familiares. Infância agitada ao lado dos amigos. O primeiro olhar e o primeiro beijo. A primeira vez. As frustrações do amor traído ou não correspondido. As dores do abandono. Os que vêm e os que se vão. Aqueles que deixam saudades (ou não). E eu me pergunto: quantas vezes quebramos o amor?
Talvez não menos do que o necessário. Fiz das minhas "quebras" um aprendizado, juntei os cacos para formar a base de um amadurecimento pessoal. Não pude consertar os amores quebrados (provavelmente nenhum de nós poderia), mas agora posso conservar o melhor dos amores de quem compartilha desse sentimento comigo. Não sei se voltarei a quebrar o amor um dia (espero que não), porém, confesso que hoje tomo todo cuidado para deixá-lo intacto e sem marcas.
Que fique apenas o melhor do amor!
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Vá, apenas...
A cada um ano, um novo ensaio, um novo projeto, um novo eu.
Ciclos que se fecham e completam ideias que já não tem mais o "porquê" de existir.
Não há mais espaço aqui.
Trocam-se nomes, imagens, forma poética e abordagens. Alteram-se conceitos, filosofias, dizeres e paixões. As músicas no mp3 já não são as mesmas. Os sentimentos também mudaram. As visões se espalharam por aí. Nem percebi o vento partir.
A cada barulho, um silêncio apanhado em seu maior ato. A cada segundo, horas e horas de inspiração que surge e vai-se embora, sem se despedir. Não tenho mais outros nomes, nem personagens a quem deva alguma fidelidade. Não há mais memória... pode até estar aqui, em outros textos, mas já não faz parte do que serei agora.
Lembranças que se calam.
Antigos textos tornam-se folhas rabiscadas. Rascunhos salvos vão para o descarte, nunca serão continuados. Mais uma vez eu digo que o ciclo chegou ao fim. Não há volta.
Adeus João de Barro. Junte-se aos tantos outros que passaram por aqui.
Adeus João de Barro. Junte-se aos tantos outros que passaram por aqui.
Vá e leve suas memórias. Vá sem pedir saudade.
domingo, 12 de janeiro de 2014
Esqueci a lista, e agora?
Acho que estou um pouco atrasado pra montar aquela lista de coisas boas (ou ruins) que aconteceram em 2013 e, principalmente, a famosa lista de promessas/metas/desejos a serem alcançados em 2014 que muitos tanto gostam. Será que terei um ano sem objetivos então? Óbvio que não.
O ano novo começou e a minha primeira análise é sempre sobre = "o quanto escrevi" vs. "o quanto deveria escrever" (ou ter escrito). Num saldo de palavras, sempre acho que poderia ter tido um ano melhor no campo da escrita. Às vezes (muitas vezes, quase todas as vezes, acreditem) eu passo mais tempo pensando no que escrever do que realmente digitando em frente ao computador. Em quase todas as ocasiões eu deixo o texto pronto na cabeça de tal forma que acho que nem preciso colocá-lo aqui - tá, eu sei não faz muito sentido, vou tentar explicar de outra maneira. Fico tanto tempo pensando no texto, vou tão longe nas ideias, que quando chega a hora de passar para algum lugar, já estou cansado e enjoado do assunto =X
Sei que parece loucura, mas muitos irão entender esse meu raciocínio. Às vezes, a gente divaga e dialoga internamente durante tanto tempo com um pensamento ou uma ideia, que acredita não ser mais necessário compartilhá-los. Como se qualquer dúvida ou debate que poderia surgir, já estivesse ultrapassado e resolvido, não cabendo argumentação. Claro que isso é uma ideia estapafúrdia e sem lógica. Os argumentos nunca se esgotam, podem até se repetir fragilmente, mas não chegam ao fim. "Da discussão se faz a luz" (sic).
E eu falei, falei e me perdi da lista. Ah sim, a lista! Acho que se fosse montar uma lista (que eu não vou) destacaria um bom ano em todos os setores. Mesmo as coisas ruins - que felizmente não foram muitas - também foram positivas no formato de aprendizado e amadurecimento. Ta aí: "amadurecimento" é uma boa palavra. Amadurecimento profissional é uma expressão melhor ainda. Cresci e evoluí muito nessa questão (e ainda tenho muito que melhorar =P). E uma outra palavra talvez seja "perdão", o saber perdoar, ainda que as pessoas a quem se dirige esse gesto não saibam que foram perdoadas. Eu sei que foram, isso já basta ao coração =]
Agora em 2014 o lance é ver até onde podemos chegar. É sabido que nada ficará igual, tudo está propenso a uma constante mudança. E isso não são previsões, são fatos constatados. Não há como fugir. Agora é esperar mais um fim de ano pra montar a famosa "lista" de conquistas e desejos (ou não).
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