Dois mil e doze... até as previsões de um possível "fim do mundo" estão prestes a se concretizar (ou não) e muitas coisas ainda não se encontram no lugar. Palavras do passado que me fazem pensar em reabrir as portas que a muito foram trancafiadas: "talvez isso seja necessário, talvez os verdadeiros erros estejam atrás das portas trancadas e só a reabertura e o enfrentamento possam trazer a solução". Não há trancas que guardem ou escondam tantos segredos, tantas verdades, tantos medos. Não há fuga para tantas curvas deste tortuoso caminho. Nada se dissolverá com o tempo. Não mais.
Abrindo e fechando portas enquanto observo se ainda há grades nas janelas que a alma compilou. Não trago de volta coisas do passado, mas coisas do presente, que não se permitiram esquecer. Receios não cabem ou sobram a essas questões, apenas o desejo singelo do bem-estar particular. Estrelas que a escuridão da noite não apagou.
Maldoso tempo que castiga, que judia sem permitir evolução. Gentil tempo que traz novidades e oferece oportunidades jamais vivenciadas em qualquer outro ponto dessa caminhada. Arteiro tempo que mexe e remexe num baú de sensações e sentimentos que se misturam, se perdem e se cruzam, sem encontrar uma resposta saudável para justificar o roteiro do conto sem fadas. Nunca fui bom em lidar com o tempo, deveras. Deve ser por isso que insisto em dizer que 'não muito' viverei pois, de tempo, pouco entendo, e parece que pouco ele me entende também. Nunca nos demos muito bem, ou então nos demos tão bem que começamos a nos repelir. Caminhando lado a lado porque não parte de mim a escolha. Ele é supremo em suas artimanhas, enquanto sou apenas espectador.
Abro e fecho portas com trancas que o tempo não foi capaz de romper.
Esconda os sonhos e deixe apenas o silêncio, por favor.
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