quinta-feira, 22 de março de 2012

Criaturas da noite...

Não conte o tempo nos dedos... conte nossas risadas no escuro, os cafunés, os abraços e os suspiros... Não marque o tempo em horas... é notável que esqueço do relógio quando estamos juntos... Não some o tempo em meses... não seria justo, nem exato... seria confuso, com tantas datas importantes em nosso calendário... 

Não estabeleça uma definição de tempo... não quero ter o controle de nada... quero saber apenas que estamos aqui... mais uma vez, observando a noite... que é bela... que é languida... e fulgás...

"Entre o néon e a sombra... acordei"

Seis horas... quando a primeira estrela se atreve a brilhar pouquinho,
É pouquinha a esperança que pra nós revela. 
Que Deus há? Que Deus há em cada luz de vela... embutido em cada olhar de cera

Que Deus há empurrando o vento que dá na vela... e que anda a vela... e anda... e vela! 
Por quem dói e por quem faz doer. Por quem parte, e por quem quer correr... e espera...

Ave maria de todas as seitas! Terezas, Morganas, Iemanjás...
Irmãs Dulces e Iansãs. Ave todas, porque a noite, é feminina! 
E rogai por nós (rogai por nós) Agora que há primeira estrela (seis horas)
É apenas o prenúncio da hora do rush

"Noturnos... assim seja!"

"Deixa ao mundo a visão nú... os lábios afinados... e os ouvidos em ré maior..." 

Não busque formas para prever o futuro que nos pertence... o controle está acima de nossos poderes e decisões... não há respostas para essas perguntas que insistimos em repetir intimamente, em silêncio... não conseguimos nem ao menos contabilizar beijos, que dirá o destino desse 'dois' que se forma... lobos... morcegos... noturnos...

Se as contas lhe falharem a mente mais uma vez... volte aqui e recorde os dias... todos eles escondidos na metamorfose da noite urbana... no apagar das luzes... o brilho que nos uniu... nosso roçar de lábios... um show, um teatro, um cinema, um aquário, um parque, um almoço, um shopping, um escritório, uma casa, um quarto... um beijo... e não tenho nada mais a dizer...

"Era menino, muito menino... como é menino o bem contra o mal" 

Sempre quando olho bem nos olhos seus
Sempre bolero milonga, mas quase canção
Resto de guarânia faz parte da solidão
Sempre quando meu demônio encontra Deus
Sempre quando olho bem nos olhos

Sempre a noite a escuridão traz os seres
carregando as criaturas que a luz expulsou
Sempre olho nesses seus olhos castanhos ateus
Sempre fico, por que a noite é quando sou
Sempre olhando nesses mesmos olhos

Mas nunca se for de manhã
Nunca quando é verão
Jamais quando a noite é clara e tem sombras no chão
Vou me embora, cúmbia em frevo é clarão
pense em quando olho bem nos olhos...

"Na escuridão"

"O noturno véu, porcelana lua de luz... violeta" 

O dia nos pede dois meses... a noite, cinco ou seis, talvez... o silêncio, cobra uma vida inteira.

Noturnos... entregues... assim seja!

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