sábado, 13 de julho de 2013

Na mira

Devagar ele vem... como quem não quer incomodar, mesmo sabendo que seu intuito é 'ser notado'. Passa entre carros, prédios e postes com muita cautela, suntuosamente, com destreza e agilidade. Não pode arriscar um esbarrão acidental que estrague tudo. Caminha na direção exata de um rumo incerto.

Sente a variação de perfumes flutuantes soprados ao vento. Pernas que se cruzam, pés que dançam e sapateiam, bailando e tropeçando nas calçadas e guias dessa pressa calamitosa típica dos urbanóides. Observa perfis e faces buscando encontrar o alvo certo. Vira, se revira e mira. Um olhar basta.


E num piscar de pálpebras, até então distraídas, ele dispara. Um tiro que acerta o peito em cheio, mas não mata. 
Pontaria certeira a do amor.

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