quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sobre morcegos e lobos

O amor nem sempre acontece da forma que se espera ou se deseja. Às vezes, essa combustão incendiária que é o 'apaixonar-se' resulta de um tropeço provocado por um movimento mal calculado, uma faísca que escapa e se torna responsável pela grande explosão, por assim dizer. E a noite muito ajuda nesse processo, tendo em vista que a sombra da lua deixa todas as faces mais misteriosas, mais interessantes e também mais encantadoras. O poder mágico da áurea noturna que seduz.   

Como um morcego, que dispensa a luz do dia e se entrega à noite sem qualquer cerimônia. Usa dos sons para elencar suas estratégias. Deixa de lado a beleza - que ressalta aos nossos olhos à luz do dia -, no silêncio noturno de quem voa longe e escuta com o coração. 


Feras salivantes, amantes da noite. Como um lobo que lança seu uivo à lua, desejando alcançá-la sabendo que, na verdade, busca apenas uma resposta ao seu eco solitário. Crias da selva, almas noturnas. Seres distintos que se camuflam na paisagem escura. Até que seus sons se cruzem e suas disposições e interesses também.


Como morcegos e lobos, antagônicos, gênios contrários, perfis pouco propícios a se gostarem... mas que em determinado trecho do caminho, se gostaram... assim somos. Breves, animais uníssonos, camuflados nos acordes de um amanhecer, escondidos à luz do dia... mas apaixonados... e como somos.



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