O relógio marca 23h53, contrariando as horas que se registram aqui. O horário pouco importa diante dessa vontade de despejar todas as palavras que ecoam na mente e me impedem de dormir.
Escrevo rapidamente e logo deleto em igual velocidade. Tudo se confunde e se mistura, questionando a dificuldade em entender. Se parece tão claro, tão óbvio e tão simples, porque então, de fato, não é tão compreensível quanto deveria ser? Porque que tudo que envolve essa confusa relação termina com um ponto de interrogação?
Às vezes eu sinto falta dos pontos de exclamação no fim das frases. Quiçá todas elas assim terminassem... aclamadas, exageradas, impostadas, redigidas com veemência, seguras de si, donas das suas certezas.
Expresso em mil formas o jeito bobo que tenho de querer ficar perto. Um jeito comum e diferenciado ao mesmo tempo, que valoriza a companhia... um dois que não quer ser um, um ímpar que deseja ser par. Mas nesse jogo de números, frequentemente me vejo subtraído dentro do seu reino de egos.
Não são contas ou cálculos que podem te fazer entender... nem mesmo palavras escritas e suas pontuações... isso está além dos meus domínios e do meu jeito de querer... não há um resultado exato que possa ser submetido a prova real... Não é um jogo, não somos peças de um tabuleiro com regras onde se perdem preciosos pontos... não somos jogadores, até porque se fossemos, isso seria uma competição de um só... um alguém perdido... que sabe apenas que o “vencer” significa sentir-se bem, sentir-se feliz.
Não quero mais usar frases negativas. Dizer “não” de certa forma me faz negar o que existe, repudiar o meu desejo. Prefiro as sentenças afirmativas que buscam solidificar os sonhos ainda líquidos, que escorrem entre os dedos e caem ao chão. São fábulas e parábolas que não se encaixam com exatidão.
Talvez agora o reino dos egos não seja tão emocionante assim... talvez haja monotonia e apatia, entre figuras de uma realeza sem graça, que em nada inspiram o seu viver. Talvez você respire porque precisa, enquanto seu coração bate em piloto-automático... e o sangue pulse em suas veias apenas para percorrer o caminho ‘de sempre’.
Talvez você se contente com o banal... e não queira a emoção...
Talvez você se contente com o banal... e não queira a emoção...
Mas eu... eu sinto tudo pulsar rapidamente... e ainda anseio pelos pontos de exclamação no fim das frases... Frases que se encerram nas primeiras horas do dia 22, mas que ficam salvas em um dia 21 retrógrado e amargo... já nascem velhas e antigas... presas ao passado...
E que de agora em diante não haja mais chuvas de dúvidas e sim ventos torrenciais de emoção... pois ainda anseio pelos meus pontos de exclamação!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Plurifique =]