segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tratamento pra que mesmo?

Semana passada separei uma Revista Veja São Paulo para ler no caminho de volta pra casa, quando saísse do serviço. Até aí, tudo normal, nada de estranho. Li todas as reportagens, o caminho é longo, tive tempo de sobra. Só que teve um fato importante que me chamou atenção. Olhando os classificados encontrei uma chamada com o seguinte conteúdo:

"Psicoterapia: Depressões, Síndrome do Pânico, TOC, Bipolar, Psicose, Neurose Homossexual, Bissexualidade, Hermafrodita"

Agora eu paro e penso: "Que tipo de serviços esse profissional pode oferecer???" 

O teor de ignorância é tão alto que até assusta. Não questiono o fato de algumas pessoas, ao enfrentarem suas "diferenças" ou "divergências" sexuais, precisarem do auxílio de um profissional que possa ajuda-las nesse processo. Só que não é o caso desse anúncio específico. O classificado é de mal gosto, preconceituoso e espanta pela tamanha ignorância em englobar a sexualidade como uma doença ou transtorno obsessivo, ou pior ainda, uma "neurose" como a que é representada no anuncio que eu vi (acima).

Será mesmo que estamos falando de um profissional de qualidade?
Eu posso responder essa questão: Não! 

Não descredencio o apoio que um profissional de psicologia ou psicoterapia possa dar aos seus pacientes. Mas classificar a diferença sexual como uma doença (neurose), é de tal preconceito que revolta os olhos de quem lê. Juro que nem consigo me expressar com palavras cada vez que leio o anúncio -- vou inclusive mandar um email pra Veja São Paulo comentando o fato.  Claro que a revista não tem nada a ver com o conteúdo impresso nos espaços publicitários, são apenas pequenas linhas vendidas a centenas de pessoas. Todavia, vou levantar o debate sobre a questão, só por desencargo de consciência. Nunca é demais reforçar que eles devem preocupar com o que é vinculado entre as páginas das edições.

E aos que não sabem como lidar com as "diferenças", por favor, nem tentem. Não se proponham a tratar algo sobre o qual não se tem domínio algum. Ah, e mais, não sujem o nome de profissionais tão respeitados e tão admirados com promessas de um serviço chulo como este.

Só quero deixar claro que sou a favor das terapias, mas com profissionais de verdade, que estão ali para auxiliar seus pacientes. A propósito, acho que todo ser humano deveria fazer análise, não que sejamos "doentes" - é ignorância pensar assim -, mas aprecio isso como uma forma de se auto-conhecer, de ter alguém em quem podemos confiar nossos segredos e dividir nossas frustrações, uma forma de estar consigo mesmo e com mais alguém. Complexo mais simples ao mesmo tempo ^^

Espero que quem ler consiga compreender o meu ponto de vista!

Vamos pregar a psicologia e não o charlatanismo! o/


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