Maturidade pra que? Pra quem?

São Paulo tem uma particularidade que me cativa: o cair da noite. A madrugada paulistana de vez em sempre me encanta. Não falo das agitações noturnas, baladas, bares, pessoas, nada disso. Falo da noite em si. Muitas vezes já tive a oportunidade de caminhar durante a madrugada voltando pra casa. Gosto da iluminação da marginal, do silêncio passageiro que é rompido pela passagem de alguns carros.

Sempre que possível eu fico olhando pro céu, caçando estrelas, a minha estrela pra ser mais exato (sim, tenho uma de “estimação” =P), normalmente estou ouvindo música no último volume, o que acaba me colocando em um mundo paralelo, criado pelos sons das músicas que escuto. Muitas vezes já deixei de me preocupar com o fato de estar na rua e comecei a cantar alto, em algumas oportunidades cheguei até mesmo a dançar sozinho (quando estou de bom humor principalmente). Às vezes eu estou retornando de um dia que nem sempre foi bacana. Mas quando me deparo com essas cenas, acabo deixando tudo de lado e vendo que ainda tem um lado bom em estar vivo, em se sentir vivo... Algumas pessoas têm uma visão minha sendo mais reclamão (são poucos, ok?), mas eu daria tudo para que elas tivessem uma chance de viver esse momento tão individual e tão satisfatório comigo.

Sinto-me meio bobo de vez em quando, só que é tão bacana, tão motivador, que eu não consigo deixar passar... essas pequenas coisas, acontecimentos raros, me enchem de inspiração... são nessas horas que eu dou risada dos problemas, que eu sinto saudades de muitas pessoas, que eu desejo falar de amor... tudo pelo simples ato de não sentir vergonha, de não se preocupar com a imagem conservada... pode parecer simples, ou até mesmo idiota ou panaquice da minha parte... mas eu confesso que durmo com um sorriso... vale a pena.